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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Ana Lúcia usa emagrecedores desde 2001. Hoje, o composto que toma tem 11 ingredientes (inclusive, sibutramina), mas os efeitos colaterais passaram (Carlos Moura/CB/D.A Press - 9/9/11)

Fitoterápico Pholia Negra ajuda a emagrecer sem danos, dizem pesquisadores

Extraído do Correio Brasiliense.
Texto de Gláucia Chaves


Boca seca, náuseas, vômitos, dores nas articulações, taquicardia: os efeitos colaterais dos chamados anorexígenos, ou remédios para emagrecer, foram o estopim para a polêmica entre permitir que eles continuem nas farmácias ou proibi-los. A alternativa, contudo, pode estar mais perto do que se imagina: de acordo com um estudo feito por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), a erva brasileira Ilex paraguariense pode ser uma ótima — e natural — aliada de quem luta contra a balança. Segundo os estudiosos, a PholiaNegra (extrato da planta) não só reduz o peso corporal tanto quanto a sibutramina, como o faz sem efeitos colaterais.

De um lado, médicos e farmacêuticos defendem que a venda desse tipo de remédio seja fiscalizada com maior rigidez — e que apenas pessoas com prescrição médica tenham acesso a ele. Do outro lado dessa disputa está a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), defensora da tese de que o melhor a ser feito é restringir ao máximo ou até mesmo acabar com a comercialização desses medicamentos, uma vez que apresentariam “riscos à saúde superiores aos benefícios”.

Em outubro do ano passado, a diretoria da Anvisa decidiu proibir a fabricação e venda de remédios para emagrecer que atuem no sistema nervoso central e que sejam derivados de anfetamina — como dietilpropiona, mazindol e femproporex. A sibutramina não entrou na lista dos medicamentos vetados, mas agora seu uso precisa seguir certas restrições, como não ser prescrito por mais de 60 dias e ser indicado apenas para pacientes com índice de massa corpórea (IMC) acima de 30 que tenham assinado um termo de responsabilidade.

Agora, apenas obesos sem histórico de doenças cardiovasculares, diabéticos ou com intolerância à glicose, dislipedêmicos (indivíduos com excesso de gordura no sangue), hiperuricêmicos (com nível elevado de uratos no sangue), mulheres com ovário policístico e com hepatite não alcoólica estão aptos a tomar a sibutramina.

Para pessoas com dificuldades em perder peso, a discussão entre os profissionais de saúde e o órgão regulador pode significar mais e mais quilos extras — e todas as consequências que vêm com eles, como diabetes, hipertensão, fadiga e problemas de baixa autoestima, por exemplo.

No trabalho feito pela USP, os pesquisadores analisaram as propriedades emagrecedoras da PholiaNegra e compararam os resultados com os obtidos pelo uso da sibutramina. Maria Martha Bernardi, professora do departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP e coordenadora da pesquisa, explica que a principal diferença entre a planta e a droga é o modo como cada uma atua no organismo. “O fitoterápico age direto no estômago, servindo para diminuir a movimentação dele. A sibutramina tem efeito no cérebro, diminuindo o apetite”, compara. A baixa movimentação do estômago faz com que o alimento demore mais para ser digerido. O resultado é barriga cheia por mais tempo e, consequentemente, menos fome.

Para descobrir os efeitos do fitoterápico, Bernardi e seu grupo de pesquisadores dividiram 60 ratos (30 machos e 30 fêmeas) em seis grupos. Durante um mês, todos comeram ração hipercalórica. No segundo mês da experiência, dois grupos, um de machos e um de fêmeas, foram tratados com sibutramina. Outros dois grupos, também de sexos diferentes, tomaram a PholiaNegra e o restante, apenas água. Após o cálculo da porcentagem de peso semanal e total de todos os grupos, descobriu-se que os resultados com a PholiaNegra e com a sibutramina foram semelhantes. Para as ratas, o experimento se mostrou ainda melhor. “A diferença entre o peso inicial e o final (o chamado Delta de Perda de Peso in vivo) chegou a 10% do peso total, e as fêmeas apresentaram um DPP bem maior que os machos”, completa a pesquisadora.

Polêmica
Se, para a Anvisa, os benefícios dos emagrecedores não compensam os riscos, para médicos e, principalmente, pacientes muitas vezes os remédios representam a única alternativa para viabilizar a perda de peso. O endocrinologista Reginaldo Albuquerque é um dos que engrossa o coro dos defensores das medicações. “A proibição só contribui para a permanência de mais gordos”, comenta. Ainda que já existam pesquisas que relacionam o uso da sibutramina ao aumento da incidência de problemas cardíacos, o médico ensina que, se usados com acompanhamento médico e pelo período determinado pelo profissional, não há motivo para temer os emagrecedores. “Eles só devem ser evitados por cardiopatas, idosos e grávidas”, completa.

Graça Coelho, 55 anos, fez uso da sibutramina em 2009. Ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas, entretanto, a servidora pública conta que não teve maiores problemas com o medicamento. “Não senti nenhum efeito colateral e ainda emagreci 5kg em seis meses”, detalha. Ela defende que o remédio, aliado a uma dieta de poucas calorias e acompanhamento médico, também a deixava mais tranquila — e só parou de tomá-lo após a restrição da venda da substância. Com remédios fitoterápicos e manipulados a história foi diferente: mesmo com melhores resultados (em seis meses, Graça eliminou 24kg e mudou do manequim 48 para o 40), a qualidade de vida ficou prejudicada . “Sentia muito mal-estar, enjoo e palpitações”, descreve. Agora, ela conta que aprendeu o que deve fazer para se manter em forma. “Como pouco carboidrato e estou mantendo meu peso sozinha, sem médicos ou remédios.”

Para o médico ortomolecular Ícaro Alcantra, o grande problema é que nem sempre esses medicamentos são usados por quem realmente precisa deles. “Infelizmente, as medidas de fiscalização não têm dificultado o acesso e a prescrição abusivos, como seria necessário à saúde da população”, justifica. Segundo o médico, não é raro encontrar pacientes que sentem na pele as consequências dessa má utilização dos remédios — e acabam lotando consultórios em busca de alternativas “naturais” para reparar as sequelas, como ansiedade, pânico, depressão, fadiga, “efeito sanfona” e outros distúrbios orgânicos. “Assim sendo, sou obrigado a ser favorável à medida mais radical: proibição dos ‘controlados’ para emagrecimento”, conclui.

Temor
A servidora pública Rosimari Bortolepto Butinhão, 57 anos, teve a sorte de não ter sofrido com os efeitos colaterais dos remédios controlados. Em meados de 2008, ela fez uso da sibutramina para tentar perder parte dos 127 kg que pesava na época. Além da boca seca, nada aconteceu a Rosimari — nem mesmo a perda de peso. Ela passou, então, para outros medicamentos, à base de anfetaminas. “Comecei a tomar um coquetel com substâncias para queimar gordura, com inibidores de apetite e antidepressivos”, explica. Para ela, proibir só ajuda a aumentar a desinformação sobre os verdadeiros efeitos das substâncias. “Acho temerário proibir. As pessoas vão arranjar um jeito de comprar, e aí cai no ciclo vicioso. Quando se compra fora, compra qualquer porcaria, é igual droga”, opina. “Cabe ao médico acompanhar. Em mim, não causou dependência nenhuma.”

Ana Lúcia Oliveira, 31 anos, também aposta na ajuda medicamentosa para controlar o peso. Desde 2001, quando começou o primeiro tratamento, a assistente administrativa já experimentou uma extensa lista de anorexígenos, remédios alopáticos e fitoterápicos. Atualmente, o composto receitado pelo médico tem 11 ingredientes, além de outras quatro fórmulas, com sibutramina e anfepramona. “No início, eu sentia muito enjoo, boca seca, dificuldade pra dormir, taquicardia, agitação e prisão de ventre”, conta. Mesmo com os efeitos colaterais, Ana defende que, uma vez que a obesidade é considerada uma doença, nada mais natural que tratá-la com remédios. “Existem medicamentos para tratar diabetes, pressão alta ou colesterol. Por que não tratar a obesidade dessa forma?”, questiona. “Penso que a pessoa que tem dificuldades em manter o peso dentro do padrão saudável vai ter que se equilibrar na balança pelo resto da vida, assim como o diabético controla a glicemia e o hipertenso a pressão.”

Velha conhecida
Feita do extrato concentrado da planta Ilex paraguariensis, PholiaNegra é o nome comercial do fitoterápico. Mesmo que o nome científico da planta não seja assim tão familiar, ela é velha conhecida dos brasileiros: famosa apenas como erva-mate, é com ela que se faz o chimarrão, bebida especialmente popular no sul do país. Eentre as propriedades da planta estão os alcaloides, como teofilina e cafeína, que, com ação termogênica, aumentam o gasto energético e facilitam a degradação das gorduras do corpo (lipólise).

Tipos
Mesmo com nomes diferentes, os medicamentos para emagrecer podem ser agrupados de acordo com o seu funcionamento no organismo. Veja algumas classificações e características:

» Remédios que diminuem a absorção de gorduras e carboidratos nos intestinos.

Exemplos:
quitosana, orlistat (Xenical), cassiolamina, faseolamina, psyllium.

» Remédios que aceleram o metabolismo como um todo (e reduzem apetite). Têm efeitos similares aos da adrenalina, por isso, são os campeões em efeitos colaterais — como aumento da pressão cardíaca, da frequência dos batimentos cardíacos, da ansiedade e da agitação.

Exemplos:
anfepramona, sibutramina, femproporex, dietilpropiona, PholiaMagra.

» Remédios que aumentam a termogênese, ou gasto de energia, para gerar calor.

Exemplos:
citrus aurantium, garcinia, L-carnitina, cártamo.

» Remédios que desaceleram a digestão.

Exemplos:
slendesta, PholiaNegra, Irvingia gambonensis.

Fonte: Ícaro Alcantra, médico ortomolecular

PholiaNegra X Sibutramina

PholiaNegra

Onde atua: estômago.
Como age: retarda o esvaziamento gástrico, acelera a sensação de saciedade (plenitude gástrica), altera o metabolismo de ácido graxos e de glicose — o que diminui a formação de gordura visceral — e reduz o quociente respiratório. Efeitos colaterais: de acordo com o estudo feito pelos pesquisadores da USP, as cobaias não apresentaram efeitos colaterais.

Sibutramina

Onde atua: cérebro.
Como age: atua em áreas que controlam não só o humor, mas a sensação de bem-estar e o apetite. O remédio inibe a reabsorção, recaptação e degradação de neurotransmissores, como serotonina, noradrenalina e dopamina. Isso faz com que essas substâncias fiquem disponíveis por mais tempo estimulando os neurônios. Aumenta a sensação de saciedade e inibe a fome. Efeitos colaterais: boca seca, aumento da pressão sanguínea, insônia, dor de cabeça, taquicardia, vertigem, irritação no estômago, náusea, vômito, alteração no paladar.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Menos sal, mais saúde.

Dieta para pacientes com insuficiência cardíaca.
                Hábitos alimentares saudáveis ​​podem reduzir significativamente a pressão arterial e melhorar a função cardíaca em pacientes com insuficiência cardíaca. É o que confirmou um estudo incluindo pacientes cardíacos, a maioria na faixa dos 60 e 70 anos, que comiam apenas as refeições preparadas por nutricionistas na Unidade de Universidade de Michigan.
As refeições, que foram preparadas em casa, seguiram a dieta elaborada pelos profissionais. A dieta era rica em potássio, magnésio, cálcio e antioxidantes. Esta dieta é recomendado para o tratamento da pressão arterial elevada pela American Heart Association e do National Institutes of Health dos EUA.
A dieta utilizada no estudo recomendava uma ingestão diária de sódio de 1150 miligramas ou menos, o que é muito mais baixa do que a ingestão normal dos adultos americanos. O americano do sexo masculino ingere em media de cerca de 4200mg por dia, e as mulheres cerca de 3300ms em um dia.
Depois de três semanas seguindo esta dieta, os pacientes tiveram uma queda na pressão arterial semelhante ao obtido por tomar medicamentos de pressão arterial, de acordo com o estudo apresentado terça-feira (24/09/2013) no encontro da Sociedade de Cardiologia Americana.
O Sr. Scott Hummel , cardiologista da Universidade de Michigan, disse em uma nota à  imprensa:  "Nosso trabalho sugere dieta pode desempenhar um papel importante na progressão da insuficiência cardíaca, embora os pacientes devam sempre conversar com seu médico antes de fazer grandes mudanças na dieta."
Ele também disse: "Estamos entusiasmados para confirmar estes resultados em estudos de longo prazo que também nos ajudam a entender os desafios pacientes enfrentam quando tentam melhorar seus hábitos alimentares".
A insuficiência cardíaca significa que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
Os médicos sabem há muito tempo que a dieta com baixo teor de sódio pode reduzir a pressão arterial em pacientes que são sensíveis ao sal. Este estudo, embora pequeno, mostrou que a dieta hipossódicas podem melhorar o relaxamento do ventrículo esquerdo e reduzir a rigidez câmara diastólica em pacientes com insuficiência cardíaca, o que significa uma transferência mais eficiente de sangue entre o coração e os órgãos.

Para mais informações sugerimos a página: http://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/dash/

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Postamos este texto para mostrar a realidade dos médicos no Brasil. 







Mais Fatos e Menos Propaganda – A verdade sobre os Médicos no Brasil


No dia 06 de maio deste ano, o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, anunciou a intenção de “importar” (termo utilizado) 6 mil “médicos cubanos” para trabalhar em “áreas carentes” do Brasil, sem exigência do “Revalida”.  O argumento utilizado foi que existe carência de médicos no país, e gerou-se o embrião de mais uma crise dentre as várias outras que atingem o governo federal atual.
“Médicos cubanos”, “Revalida”, “áreas carentes”, termos que vêm sendo usados exaustivamente na mídia, que tentarei explicar o contexto o qual eles pertencem.
 Os parágrafos seguintes dispõe de alguns números que podem parecer um monte de dados, mas estão dispostos de forma sucinta para que cada um possa tirar suas próprias conclusões.
Primeiramente, o Brasil dispunha, em outubro de 2012, de 388.015 médicos, sendo que em um ano (entre outubro de 2011 e outubro de 2012) formaram-se 16.277 novos médicos, conferindo um aumento anual de 4.36%.
De 1970 até 2012, a população brasileira aumentou 101.84%, enquanto o número de médicos aumentou 557.72%cinco vezes mais.
O número de faculdades de medicina no Brasil cresceu 82% nas duas últimas décadas, chegando a 167 no ano de 2007, levando o país para a segunda posição mundial em número de cursos de graduação na área, perdendo apenas para a Índia, que possui 222 cursos para uma população de mais de 1 bilhão de pessoas. A China e os EUA possuem, respectivamente,  150 e 125 faculdades de medicina.
O Brasil dispõe de 2,0 médicos por 1.000 habitantes, segundo o último senso de demografia médica do Conselho Federal de Medicina, sendo 1,01 na região Norte, 1,2 no Nordeste, 2,67 no Sudeste, 2,09 no Sul e 2,05 na região Centro Oeste. No Distrito Federal, berço do governo, a taxa é de 4,09 médicos por 1.000 habitantes, a mais alta do país.
Mantendo o ritmo atual de formação de profissionais, o Brasil atingirá 500 mil profissionais daqui a sete anos (em 2020) com uma taxa de 2,41 médicos por 1.000 habitantes, semelhante à atual taxa americana.
Porém, a OMS recomenda 1.0 médico por 1.000 habitantes. Olhando apenas pelos números, estamos duas vezes acima do recomendado, e prontos para alcançar (e ultrapassar) os americanos em 07 anos.
Ainda assim, não há médicos em muitas regiões do Brasil, especialmente as carentes, e por carentes não pensem em uma aldeia no Acre, pois em regiões metropolitanas de grandes metrópoles também não se encontram profissionais. E reforçando, o Brasil forma 16.277 novos médicos por ano atualmente. Então, por quê há carência de médicos?
Salário? Muitos já ouviram falar de salários de R$ 30 mil oferecidos para médicos no interior do Pará, ou R$ 15 mil de uma cidade no interior de algum estado do sudeste.
Pois bem, tais salários oferecidos não dispõe de direitos trabalhistas, leiam-se férias, 13º salário e quaisquer outro direito que qualquer trabalhador brasileiro tem. Não existem garantias ou contratos. A maioria é verbal e o médico é o único responsável pelas vidas daquela região. Você toparia perder uma mãe e um filho em um parto,  por R$30 mil?
Se topasse, você também não receberia R$ 30 mil. As prefeituras que oferecem salários extremamentes altos geralmente honram apenas o primeiro mês, as vezes o segundo, e atrasam e/ou simplesmente não pagam os meses seguintes. Em uma média aritmética de um atraso de quatro meses, o salário real cai para 25%. Como não existem contratos, garantias, direitos trabalhistas, fica tudo por isso mesmo.
Não menos importante, falta infra-estrutura. Não estamos falando de ressonância magnética ou medicina nuclear, e sim de um ultra som para fazer pré natal, exame de sangue e raio x para diagnosticar pneumonia, remédios básicos para trata-la e, o mais importante, outros profissionais da área de saúde.
Médico não trabalha sozinho, os vetos do ato médico estão aí pra provar. Não fazemos partos ou cirurgias sem enfermeiras, não sabemos fazer fisioterapia, não sabemos estimular crianças com dificuldades ou necessidades especiais, dietas para tratar diabéticos ou obesos. E obviamente, a única coisa que sabemos sobre higiene bucal é escovar os dentes.
A imagem do médico sozinho carregando a própria maleta na porta de uma casa é uma realidade de uma época que a medicina não conhecia nem sabia tratar nada do que ela tenta cuidar hoje.
O governo conhece toda essa realidade, e os médicos também.
Por isso os médicos estão propondo, há dez anos, uma solução para, pelo menos, as garantias trabalhistas, apresentando ao governo federal um plano de concurso público com carreira de estado para os médicos,  nos moldes dos que ocorrem com juízes, que teriam estabilidade e garantia de carreira para se fixarem no interior com suas famílias.
Porém, após dez anos, a solução subitamente emergencial apresentada pelo governo, segundo os fatos, foi a importação imediata de médicos estrangeiros, cubanos ou não, para suprir a carência destes profissionais. Nenhuma vírgula foi dita sobre maiores ou melhores investimentos no SUS e em sua infra-estrutura ou sobre os outros profissionais da área de saúde.
Mas, para um médico estrangeiro trabalhar no Brasil, este precisa antes fazer um examechamado Revalida, que é uma prova de conhecimentos médicos para avaliar se o conteúdo adquirido em outro lugar do mundo é suficiente à realidade brasileira. Apesar do corpo humano ser o mesmo, o ambiente difere, e muito, de um país para o outro. E é dele que contraímos as doenças. Febre amarela, por exemplo, é muito conhecida pelos médicos na região norte do Brasil. Agora pergunte para um argentino, americano, europeu, ou mesmo um gaúcho. Não é uma doença comum nessas regiões, assim como nelas existem as mais comuns. E há o idioma. Existe uma diferença entre saber o que é uma dor epigástrica e um bucho doído. O índice de reprovaçãonas últimas provas do Revalida atingiram 92%.
Para driblar o possível imbroglio que uma reprovação em massa poderia causar, o governo criou outra solução, e literalmente driblou o Revalida. Os médicos que estão aportando no paísnão precisarão fazer a prova e terão um registro profissional provisórioque não existe e não está previsto de existir nos Conselhos Regionais de Medicina. Não é como uma Carteira Nacional de Habilitação Provisória, onde há um limite de erros para você não perdê-la.
Quanto à remuneração, ofereceram bolsas de R$10 mil reais, chegando a R$30 mil reais em regiões inóspitas.
Perceberam o termo “bolsa”? Por que não “salário”? Simplesmente porque os médicosnão terão direitos trabalhistas, e se permanecerem menos de três anos, terão de devolver o dinheiro. Qual o nome de trabalho sem direitos e de graça, caso alguém desista?
Sabe-se que o governo federal irá pagar R$511 milhões para Cuba, pelos médicos cubanos, porém o governo brasileiro não sabe quanto será repassado ao médico cubano. O salário de um médico cubano, em Cuba, é de aproximadamente R$60,00 (sessenta reais).
Os cubanos são os únicos que irão para o interior, carente de infra- estrutura, simplesmente porquê eles não dispõem de opção de escolha, também conhecida como liberdade.
E, finalmente finalizando, 4.000 cubanos? Isso aumentaria  a taxa atual de médicos no Brasil de 2,0 para apenas 2,02 por 1.000 habitantes, sem alterar mais nenhum aspecto o sistema público de saúde.
Com uma conta matemática simples e não eleitoral, ao final de 2014, sem os médicos cubanos, a taxa de médicos no Brasil já seria de 2,08 por 1.000 habitantes (com os 16.277 novos formandos anuais) e os R$511 milhões poderiam ser investidos, com folga, em hospitais, outros profissionais e, tão importante quanto e tão aclamado nas manifestações, educação para, quem sabe, os futuros governos saibam fazer contas básicas em vez de eleitorais.


João Paulo Gonzaga de Faria é médico, residente em Genética Médica no Hospital das Clínicas da UFMG

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Fontes:
WHO – World Health Organization; 
Conselho Federal de Medicina. Demografia Médica do Brasil, volume 2, 2013.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O uso de fluorquinolonas podem produzir lesões permanentes de nervos periféricos.

A Food Drug Administration exigiu que as bulas de medicamentos contendo fluorquinolonas passem a ter informações sobre os efeitos colaterais graves de neuropatia periférica. Este tipo dano pode ser grave e permanente.
O risco de neuropatia periférica ocorre apenas com fluorquinolonas quando administradas por vias oral, intravenosa e intramuscular. São fluorquinolonas: levofloxacino, ciprofloxacino, moxifloxacino, norfloxacino e ofloxacino. As formulações tópicas otológicas e oftálmicas de fluorquinolonas não apresentaram estes riscos.

Certifique se os pacientes desenvolveram sintomas de neuropatia periférica. Caso o paciente desenvolva sintomas de neuropatia periférica, a fluoroquinolona deve ser interrompida imediatamente. Só se justifica a não substituição da fluorquinolona a menos que o benefício da continuação do tratamento com uma fluorquinolona supere o risco. Os profissionais de saúde e os pacientes são aconselhados a informar os efeitos colaterais relacionados ao uso desses produtos para o setor de Segurança da FDA e do Programa de Notificação de Eventos Adversos.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cientistas identificaram a molecula que origina a dor das queimaduras de pele.

Descobriram que a vermelhidão e a dor das queimaduras solares de pele são causadas por uma molécula que é abundante nas camadas mais externas das células da pele.
Estudando peles de ratos e amostras de peles humanas, a investigação também descobriu que bloqueando esta molécula, denominada TRPV4, reduz extremamente a dor associada a queimaduras solares.
As descobertas podem levar a novas formas de tratar a dor causada por queimaduras solares. Este estudo foi publicado no site da Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos.
Queimaduras solares aumentam o risco de câncer de pele. A maioria dos casos de queimaduras são causadas por raios UVB. Este estudo concluiu que TRPV4 desempenha um papel importante na dor provocada por queimaduras solares relacionada com UVB.
Estudo co-autor sênior Dr. Martin Steinhoff, professor de dermatologia e cirurgia da Universidade da Califórnia, em São Francisco, discutiu as implicações práticas das novas descobertas.

O TRPV4 será um novo alvo para a prevenção e tratamento de queimaduras solares e danos causados ​​pelo sol. Isto inclui câncer de pele ou envelhecimento provocado pelos raios UVB. Pesquisas precisam ser feitas para inibidores TRPV4 podem tornar-se parte do arsenal de defesa contra os raios solares. Novos tipos de cremes para a pele no futuro serão lançados.

domingo, 4 de agosto de 2013

Aproveite hoje que você está em casa. Olhe com cuidado a sua residência. O assassino pode estar aí. 




sábado, 3 de agosto de 2013

DROGARIA PRÓ-SAÚDE: FDA alerta para reações cutâneas raras do Paraceta...

DROGARIA PRÓ-SAÚDE: FDA alerta para reações cutâneas raras do Paraceta...: Paracetamol, analgésico amplamente utilizado , pode causar reações cutâneas raras, porém graves. Um alerta sobre esse perigo serão adicio...

FDA alerta para reações cutâneas raras do Paracetamol

Paracetamol, analgésico amplamente utilizado , pode causar reações cutâneas raras, porém graves. Um alerta sobre esse perigo serão adicionados às bulas dos produtos nos EUA.
O paracetamol é também freqüentemente usado em combinação com outros medicamentos, incluindo opióides para dor e medicamentos para o tratamento de resfriados, gripes e dor de cabeça.
De acordo com o FDA, o paracetamol pode provocar três reações cutâneas graves. Dois deles - Síndrome de Stevens-Johnson e necrólise epidérmica tóxica - geralmente necessitam de hospitalização e pode ser letal.
As reações geralmente começam com sintomas de gripe, seguido por erupção cutânea, bolhas e extensos danos à superfície da pele. A recuperação pode levar semanas ou meses, e possíveis complicações incluem cicatrizes, mudanças na cor da pele, cegueira e danos aos órgãos internos.
A terceira reação da pele que pode ser causado por paracetamol é chamado pustulose exantemática aguda generalizada. Ele geralmente se resolve dentro de duas semanas depois que um paciente parar de tomar paracetamol.
As pessoas que desenvolvem uma erupção cutânea ou outra reação da pele ao tomar paracetamol devem parar de tomar o medicamento e procurar atendimento médico imediato. Dr. Sharon Hertz, vice-diretor da Divisão de Anestesia e Ação Analgésica da FDA, disse em uma agência de notícias: - esta nova informação não se destina a preocupar os consumidores ou profissionais de saúde, nem é feito para incentivá-los a escolher outros medicamentos. E acrescentou: - No entanto, é extremamente importante que as pessoas reconhecem e reajam rapidamente com os sintomas iniciais raros, porém de efeitos secundários graves, que são potencialmente fatais.
A decisão do FDA para adicionar avisos sobre possíveis reações da pele para produtos com paracetamol é baseado em uma análise de dados que mostram que houve 107 casos de reações cutâneas relacionadas com este fármaco nos EUA entre 1969 e 2012. Estes casos resultaram em 67 internações e 12 mortes.
Outros medicamentos usados para tratar a febre e dor, tais como medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), incluindo o ibuprofeno e o naproxeno, já carregam advertências sobre o risco de reações cutâneas graves.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Perguntas importantes sobre a medicação de seus filhos
A administração de medicamentos ajuda saúde de seus filhos. Mas a medicação pode ser perigosa se dado de forma incorreta.

Aqui algumas perguntas que os pais devem fazer aos médicos ou farmacêuticos:

·         Para que serve o(s) medicamento(s)?
·         Quantas vezes ao dia devo administrar o(s) medicamento(s)?
·         Quais os melhores horários para a administração dos medicamentos?
·         O medicamento pode ser administrado com alimentos?
·         Quais são os efeitos colaterais?
·         Como vou saber quando a medicação está funcionando?
·         Quanto tempo vai ser a terapia medicamentosa?
·         Em que casos devo ou posso interromper a terapia?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Abusos sexuais e emocionais na infância provocam maior ocorrência de suicídios na fase adulta em usuários de drogas.

Usuários de drogas com um histórico de abusos sexual violento na infância podem ter  riscos maiores para cometer  suicídio.
Os pesquisadores analisaram mais de 1.600 usuários de drogas em Vancouver, Canadá, e descobriram que aqueles que tinham sido vítimas de abusos graves a extremo na infância (especialmente emocional ou sexual) apresentaram um risco significativamente maior de tentativas de suicídio.
Já aqueles usuários que sofreram abusos menores ou qualquer grau de negligência física ou emocional, não tiveram aumento de risco de suicídio.
Durante o estudo, 80 participantes relataram 97 tentativas de suicídio. Essa taxa é aproximadamente cinco vezes maior do que na população em geral. Aqueles que sofreram abuso grave a extremo na infância tinham muito maior risco de tentativas de suicídio. A taxa para os que sofreram apenas abuso emocional-sexual era de 2,5 à 2,8 vezes maiores que a população. Já os que sofreram abuso físico sem envolvimento sexual tiveram taxas de 1,6 a 2 vezes maiores que a população.
A pesquisa levou em consideração os índices mais elevados de risco depois eliminando os usuários com histórico de depressão, falta de moradia e pensamentos suicidas anteriores ao uso de drogas.

Os resultados foram publicados em 18 de julho de 2013 no American Journal of Public Healt. Brandon Marshall, um professor assistente de epidemiologia na Escola de Saúde Pública da Universidade de Brown, disse em um comunicado de imprensa: - "Vimos associações extremamente fortes, o que sugere que o abuso tem duração e impactos de saúde mental na idade adulta".

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Óleo de peixe em excesso pode aumentar risco de câncer de próstata, diz estud


Comer muito peixe oleoso ou tomar potentes suplementos de óleo de peixe pode aumentar o risco de desenvolver câncer de próstata de um homem, segundo pesquisa.
Além disso, fontes de ácidos graxos ômega-3 de pexes marinhos também podem aumentar o risco de câncer de próstata agressivo, segundo o estudo realizado por cientistas do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle.
"Esses anti-inflamatórios ômega-3 foram associados com um aumento de 43 por cento o risco de câncer de próstata em geral, e 71 por cento maior risco de câncer de próstata agressivo", disse o principal autor do estudo Theodore Brasky, professor assistente de pesquisa na Ohio State University Comprehensive Cancer Center em Columbus, que participou dos estudos em Hutchinson.
Câncer de próstata do tipo agressivo na maioria das vezes é fatal.
Omega-3 ácidos graxos, encontrados em peixes como salmão, truta e atum fresco e em cápsulas de óleo de peixe, é amplamente conhecido por ter benefícios para a saúde devido às suas propriedades anti-inflamatórias.
Mas uma nova pesquisa, publicada online 11 julho no Journal of the National Cancer Institute , confirma indícios de danos relatados em dois estudos anteriores.
Será apenas os ácidos graxos omega-3 associados ao câncer de próstata? "Essa é a pergunta de milhões de dólares", disse Brasky.
Omega-3 ácidos gordos podem ter propriedades que não são bem compreendidos e em doses elevadas pode causar o stress por radicais livres, o que pode levar a danos ao DNA, possivelmente aumentando o risco de câncer de próstata.
O estresse provocado por radicais livres tem um papel em outros tipos de câncer. Embora os ácidos graxos ômega-3 têm sido apontado como benéficos para pacientes cardíacos, os resultados de um estudo publicado no mês de maio no Jornal Inglês de Medicina mostrou que estes ácidos não fazem jus a fama.
Nesse estudo publicado pelo jornal, pesquisadores italianos relataram que suplementos de ácidos graxos ômega-3 não reduziram a mortalidade por doenças cardíacas, ataques cardíacos ou derrames cerebrais em pessoas com fatores de risco para doenças cardíacas.
"Os ácidos graxos ômega-3 têm sidos propagados como preventivos de doenças crônicas do sistema circulatório"; assim falou Brasky. "Mas a nutrição é mais sutil, como é a ocorrência da doença. Já é hora de pararmos de falar sobre os alimentos como bons ou ruins uma analise mais criteriosa", disse ele.
Com base nestas e outras descobertas, Brasky pensa homens provavelmente deve moderar a ingestão de peixes gordos e os suplementos de óleo de peixe.
"Estamos chegando a um ponto onde nós não vemos uma série de benefícios para doenças cardíacas. Algum do entusiasmo por estas gorduras tem sido prematuro", acrescentou.
Um especialista adverte que essas novas descobertas não mostram uma relação de causa-e-efeito entre o câncer de próstata e de ácidos graxos ômega-3.
"Todos estes estudos sobre as associações, o que é que é isso, são hipóteses de geração, porque eles estão olhando para trás no tempo", disse o Dr. Anthony D'Amico, chefe de oncologia da radiação no Hospital Brigham and Women, em Boston. "Não é uma causa e efeito."
O estudo teria de responder por outros fatores de risco para o câncer de próstata antes que pudesse ser considerado definitivo, disse ele. Estes incluem história familiar, idade e raça, entre outros, D'Amico explicou.
Para o estudo, os pesquisadores usaram dados do selênio e vitamina E Cancer Prevention Trial, que não encontrou nenhum benefício a partir de qualquer um desses nutrientes, mas um aumento de câncer de próstata para a vitamina E.
Os pesquisadores compararam os níveis sanguíneos de ômega-3 os ácidos gordos em mais de 800 homens posteriormente diagnosticados com câncer de próstata com amostras de sangue de cerca de 1.400 homens que não desenvolveram a doença.
A diferença nos níveis sanguíneos de ômega-3 os ácidos gordos entre os grupos de menor e de maior risco foi cerca de 2,5 por cento (3,2 por cento versus 5,7 por cento) - uma diferença maior do que o alcançado por comer salmão duas vezes por semana, os pesquisadores notaram.

Os pesquisadores descobriram que os homens que comem os peixes mais gordos e tendo a maioria dos suplementos de óleo de peixe tiveram um aumento global de 43 por cento no risco de todos os cânceres de próstata, em comparação com os homens que comem a menos peixe ou tomam suplementos em menor quantidade. O risco de câncer de próstata agressivo foi de 71 por cento mais elevado, pois o câncer de próstata não agressivo, o risco foi 44 por cento maior.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Certificação obrigatória para agulhas e seringas entra em vigor

Já está em vigor a exigência de certificação do INMETRO para as agulhas e seringas comercializadas no país. O prazo para a adequação destes materiais terminou na última segunda-feira (1º/7). Os requisitos mínimos de identidade e qualidade destes produtos foram determinados pela Anvisa em 2011 com o objetivo de garantir padrões mínimos para produtos largamente utilizados na assistência à saúde em todo o país.

Apenas os produtos comercializados antes da data de vigência das normas podem ser comercializados e utilizados, respeitando as datas de validade de cada unidade. As normas que tratam da certificação de seringas e agulhas são as resoluções RDC nº 3 e nº 5, ambas de 2011. O prazo de vigência das duas resoluções havia sido prorrogado até o dia 30 de junho deste ano para garantir que não houvesse descontinuidade no fornecimento dos produtos.

De acordo com levantamento da Anvisa, já existem 18 fornecedores de agulhas  e seringas certificados no Brasil, o que garante o abastecimento do mercado nacional dentro das novas regras. A certificação é feita em instituições participantes do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade, coordenado pelo Inmetro.
Equipos
Os equipos de uso único de transfusão, de infusão gravitacional e de infusão para uso com bomba de infusão também terão certificação obrigatória. Nestes casos, o prazo foi prorrogado por mais 180 dias, até 30 de dezembro de 2013. Isso porque o processo de avaliação laboratorial dos produtos é mais complexo e exige mais tempo das empresas produtoras. A área técnica da Anvisa está programando reuniões com as empresas do setor e com o próprio Inmetro para garantir que até o fim do ano os produtos do setor estejam certificados.

Água Oxigenada, a ameaça dos radicais livres.

Quando se respira, o oxigênio pode se transformar em radicais livres, moléculas capazes de atacar as células, até destruí-las. Ao observar essa metamorfose, os cientistas esperam descobrir novos tratamentos para uma série de doenças.

por Lúcia Helena de Oliveira Da SUPER INTERESSANTE









Eles são criadores de encrenca dentro das células, sempre furam a fila das substâncias que precisam ser usadas quebrando a ordem que garante o bom funcionamento do organismo. E isso não é nada perto da confusão que fazem ao arrancar moléculas das membranas celulares e dos genes. Esses verdadeiros anarquistas são os radicais livres, moléculas que reagem com qualquer substância que encontram pela frente. A cada cria, surgem novas evidências de que, agindo dessa maneira promíscua, os radicais estão por trás de problemas tão diversos como o câncer e os ataques cardíacos. Alguns cientistas também desconfiam que o processo de envelhecimento seria o acúmulo dos estragos provocados por esses baderneiros. À primeira vista, portanto, caso tudo se confirme, pode parecer simples acabar com uma série de males: em teoria, basta impedir a ação dos radicais. Mas tal como acontece na política, também para a Biologia isso tem sido impossível, por uma razão muito simples: a principal fonte dos radicais é o oxigênio, um gás indispensável para a maioria dos seres vivos.
Radicais livres são, por definição moléculas instáveis, cujos átomos possuem um número ímpar de elétrons – e o elétron, a partícula eletricamente negativa que gira em torno do núcleo atômico, prefere estar acompanhado. Quando isso não acontece, a molécula incompleta é capaz de capturar elétrons de qualquer outro átomo, para recuperar o número par. Só há 21 anos se confirmou que o oxigênio é capaz de formar essas moléculas altamente reativas dentro dos organismos. Foi quando os bioquímicos americanos Irwin Fridovich e Joe McCord descobriram que quase todos os seres aeróbicos, ou seja, que respiram, sintetizam uma enzima especializada em se livrar de certo radical derivado daquele gás — sinal de que a substância existia, ali, nas células e, pior, tinha efeitos nocivos, a ponto de haver um mecanismo natural para bloqueá-las. De lá para cá, cientistas do mundo inteiro investigam o papel dos radicais nos seres vivos.
"Há muito tempo já se especulava sobre o assunto", conta o bioquímico Etelvino José Bechara, da Universidade de São Paulo, que pesquisa radicais há dezessete anos. "Existia, porém, um imenso tabu. Era difícil cogitar que o oxigênio, essencial à vida, tinha um lado vilão." No entanto, hoje se sabe que, ao se respirar, 2 a 5 por cento desse gás acabam gerando radicais livres. O cenário dessa transformação, de mocinho para bandido, na maioria das vezes é a mitocôndria, uma organela com formato de feijão, cem vezes menor do que um grão de areia, que se encontra mergulhada no citoplasma, como é chamado o líquido que recheia as células. Essa estrutura minúscula pode ser comparada ao motor onde o combustível — no caso do organismo, a glicose — é queimado, produzindo energia, gás carbônico e água.
Para se ligar a dois átomos de hidrogênio e formar uma molécula de água, o átomo de oxigênio da respiração precisa ganhar quatro elétrons. O problema é que nem sempre ele se transforma diretamente em água, pois em alguns pontos da mitocôndria aparece o que os cientistas chamam vazamentos. O nome do fenômeno não poderia descrevê-lo melhor: um elétron literalmente escapa e é logo capturado pela molécula de oxigênio. Esse gás tende naturalmente a receber um elétron de cada vez em vez de quatro, de supetão. Mas, ao receber elétrons um por um, ele passa por três estágios intermediários, antes de virar água. Nesses estágios o oxigênio é capaz de reagir com moléculas da própria célula.
Ou seja, ao ganhar um único elétron, graças ao vazamento na mitocôndria, o oxigênio se transforma em superóxido relativamente fraco, mas capaz de roubar um elétron de outra molécula para, assim, formar um par. Quando isso acontece, o superóxido volta a ser uma substância estável, o peróxido de hidrogênio, que nada mais é do que água oxigenada. A água oxigenada, portanto não é um radical, porque possui um número par de elétrons — dois a mais do que o oxigênio. Mas, ao contrário dos radicais que, de tão rápidos, reagem no mesmo lugar onde são formados, as moléculas de água oxigenada são capazes de passear de uma célula para outra, o que aumenta a probabilidade de esbarrarem em um átomo de ferro — a atração entre os dois elementos químicos pode ser fatal para a célula. Em outras palavras, ao se combinar com o ferro, a água oxigenada ganha mais um elétron – o equivalente ao oxigênio com três elétrons extras —, formando o terceiro e mais terrível dos radicais: a hidroxila, que reage instantaneamente com moléculas da célula.
Surpresa para os cientistas foi descobrir que os radicais aumentam quando se praticam exercícios físicos. "Talvez os genes programem a célula para consumir certa quantidade de oxigênio e, acima dessa dose estipulada, a mitocôndria não dê conta de transformá-lo diretamente em água", declara Bechara, que realiza uma pesquisa nessa área. A situação inversa, ou seja, quando a célula deixa de receber oxigênio, pode provocar igualmente um crescimento das moléculas reativas. Se um coágulo obstrui uma coronária, o coração termina danificado, levando muitas vezes a pessoa à morte: é o infarto. Acreditava-se que isso acontecia porque as células cardíacas ficavam sem oxigenação.
Estudos realizados nos últimos dez anos, porém, constataram que uma célula sobrevive mais tempo sem oxigênio do que se supunha, mas, nesse período, continua juntando no citoplasma os rejeitos do trabalho de suas organelas. Quando o coágulo desobstrui o vaso e a célula volta a receber o oxigênio, todo o gás acaba reagindo com aquela espécie de lixo, formando radicais livres em doses brutais. Por isso hoje em dia, naquelas cirurgias em que a circulação deve ser temporariamente interrompida com pinças especiais nas artérias, os médicos injetam um coquetel de antioxidantes nos pacientes. Antioxidantes é como são conhecidas as substâncias capazes de anular o efeito dos radicais de oxigênio. Sem saída diante da produção constante de radicais, graças à respiração, as células criaram enzimas para combatê-los. Uma dessas enzimas, a superóxido-dismutase, transforma o superóxido em água oxigenada; em seguida, entram em cena a glutationa e a catalase, que transformam aquela molécula de água oxigenada na inofensiva água pura. "Com o tempo, porém, o organismo fabrica menos antioxidantes, aumentando a chance de um radical atacar", lamenta a bioquímica Dulcinéa Parra Abdalla, da Universidade de São Paulo.
Há doze anos, ela estuda a relação dessas moléculas com diversas doenças, fazendo parte da pequena comunidade de cientistas brasileiros que se dedica aos radicais com exclusividade. "Não devemos ser mais do que uma dúzia", ela calcula. Sua pretensão, ao bisbilhotar as estratégias dos radicais em células cultivadas em laboratório, é ajudar na descoberta de novos tratamentos. "Talvez, a gente consiga drogas para bloquear radicais. Mas, por mais substâncias defensoras que haja na célula, no final é uma questão de probabilidade", admite a pesquisadora.
É, de fato, puro acaso. Se ao nascer um radical tromba com outro radical, os dois se aniquilam, porque combinam seus respectivos elétrons solitários. Ou ainda, o radical pode encontrar uma enzima antioxidante. Finalmente, é certo que algumas vitaminas, ingeridas na alimentação, também são capazes de anulá-los: é o caso da vitamina E, que, misturada às moléculas da parece celular, funciona como uma barreira, doando um elétron para o radical, tornando-o estável; a vitamina C tem o mesmo efeito, só que por ser solúvel em água, fica montando guarda no meio do citoplasma. Se o radical, contudo, não é aniquilado por nenhum desses meios, então ataca proteínas que compõem a célula, iniciando uma reação em cadeia. O radical livre seqüestra um elétron da proteína, que, desfalcada, se torna ela também um novo radical, roubando um elétron da molécula vizinha, que passa a ser um radical e assim por diante.
O problema, que todos os químicos conhecem bem, é que não se tiram ou acrescentam impunemente elétrons em uma molécula, sem alterar as suas características. "No final da cadeia, podem surgir produtos tóxicos para a célula", nota Dulcinéa. Nas membranas que revestem tanto as células como as suas estruturadas, reações disparadas pelos radicais terminam destruindo moléculas responsáveis pela flexibilidade desses tecidos. Depois de sucessivos ataques de radicais, a célula fica enrijecida. É como se surgissem trincas em sua parede protetora e, desse modo, ela vai perdendo o controle do que entra e do que sai — deixa de evitar a invasão de compostos tóxicos e permite a fuga de substâncias das quais necessita. Diante de tamanha falta de organização, a célula não trabalha direito, perdendo funcionalidade, e acaba morrendo.
Todo esse processo, em um universo de milésimos de milímetro, explica por que com a idade, por exemplo, a pele enruga, a memória começa a falhar, o fígado se torna mais lento. "Envelhecer parece ser um aumento na porcentagem de células danificadas pelos radicais", acredita Dulcinéa. Atualmente, a pesquisadora investiga, ao lado do químico cearense Hugo Monteiro, da Fundação Hemocentro, em São Paulo, a relação entre radicais livres e a formação das terríveis placas nas artérias, na chamada aterosclerose. Monteiro passou os últimos dois anos na Nova Zelândia e nos Estados Unidos estudando os mecanismos das inflamações, em que os radicais livres têm, enfim, uma ação positiva para a saúde. "Como na inflamação, o problema do colesterol envolve células do sistema imunológico", justifica o químico.
Os radicais são capazes de reagir com o chamado lipídio de baixa densidade, ou mau colesterol, que circula no sangue. Essa gordura alterada pelo oxigênio chama a atenção de células imunológicas conhecidas por macrófagos, que fazem um serviço de limpeza no organismo, engolindo uma molécula de colesterol atrás da outra. Essas células, contudo, são convocadas para recuperar eventuais machucados na parede dos vasos e, chegando ali, muitas vezes estouram de tão gorduchas, espalhando o conteúdo oxidado pela lesão. Isso atrai mais macrófagos para o lugar, criando aos poucos um monte de colesterol depositado, que po
de impedir o livre trânsito do sangue. Monteiro e Dulcinéa desconfiam que a ação dos radicais vai além disso.
O cientista levanta a pista dessa suspeita: "O grande destruidor é o radical hidroxila, que aparece apenas quando se combina água oxigenada e ferro". O organismo, cauteloso, guarda microscópicos grãos desse metal em proteínas especiais, que só liberam a substância quando é muito necessário. Mas, em tubos de ensaio, Monteiro tem observado que as células imunológicas conseguem retirar o ferro das proteínas que o embalam. Com água oxigenada por perto, cria-se uma bomba capaz de arrasar vasos e artérias. Recentemente, cientistas japoneses encontraram água oxigenada na fumaça de cigarro o que talvez esclareça a maior incidência de problemas nas artérias nos fumantes.
Segundo o bioquímico Rogério Meneghini, da USP, o efeito dessa combinação bombástica pode ser visto a olho nu, quando por exemplo um surfista descolore os cabelos com água oxigenada. "A substância reage com o ferro presente nos cabelos que, em seguida, graças ao radical hidroxila formado, destrói os pigmentos", descreve o pesquisador. Meneghini é um dos pioneiros no estudo dos efeitos dos radicais nos genes. Em 1984, sua equipe propôs que o núcleo celular seria atacado pelo radical hidroxila, graças ao ferro existente nos cromossomos. "Ali, no núcleo celular, é como se os radicais livres riscassem um disquete de computador", ele compara. "Os dados perdidos, por azar, podem controlar o crescimento. Sem eles, a célula inicia uma multiplicação sem freios, característica do câncer." No entanto, é possível respirar com alívio: o organismo dá conta de sua produção habitual de oxigênio reativo. Os problemas de saúde aparecem apenas se a quota de radicais é excessiva — um risco que, sabe-se, existe para quem consome muitos medicamentos, álcool, cigarros e ainda traga os poluentes encontrados na atmosfera das grandes cidades
.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Brisdelle - primeiro remédio não hormonal aprovado para Ondas de calor na menopausa


O Brisdelle
 (paroxetina) foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) como o primeiro tratamento não-hormonal para as ondas de calor associadas à menopausa.
Todos os medicamentos aprovados pela FDA para as ondas de calor continham estrogênios sozinho ou combinados com progesterona.
Ingrediente ativo do Brisdelle é paroxetina, em uma quantidade menor do que a mesma substância ativa no antidepressivo Paxil. Ainda não é entendido como paroxetina atua neste sintoma da menopausa.
Fogachos afetam até 75 por cento de todas as mulheres, e pode durar até cinco anos.Segurança e eficácia do Briselle no tratamento da doença foram avaliadas em estudos clínicos envolvendo 1.175 mulheres no pós-menopausa com moderada a grave ondas de calor. Os efeitos colaterais mais comuns do medicamento uma vez por dia foram dor de cabeça, fadiga e náuseas e vômitos.
Paroxetina, um inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS), tem o mesmo rótulo de advertência em caixas de outros medicamentos antidepressivos em sua classe. O rótulo de alerta para possível aumento do risco de suicídio entre crianças e adultos jovens.

Etiqueta do Brisdelle também alerta para uma possível redução na eficácia do tamoxifeno - um medicamento prescrito para o tratamento de câncer de mama - se ambos os medicamentos são tomados em conjunto. Outros possíveis efeitos secundários graves incluem aumento do risco de sangramento e desenvolvimento de uma condição chamada de síndrome da serotoninérgica, segundo a FDA.


Brisdelle é comercializado pela Noven Therapeutics, com sede em Miami, na Flórida